domingo, 12 de dezembro de 2010
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
domingo, 26 de setembro de 2010
sábado, 18 de setembro de 2010
domingo, 25 de julho de 2010
domingo, 11 de julho de 2010
Aos saltimbancos amigos!!!! Sempre bom relembrar...
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Resposta ao descabido
O texto não vem forçado. O texto força. Ele é força e é forjado. Ele dorme primeiro. Se alimenta, depois. Precisa de fazer amor e reabastecer-se. Ele cultiva hortelãs. Ele irrompe, emerge, flutua. Ele fisga. Ele não pertence. Ele co(n)tem. Ele se ata, desata, desatina. O texto tinta tudo de cores ocres. Ele pulsa, desassossega, briga. Lambe e beija molhado. Ele aparece quando bem quer. Escreve carta, entrega, toma. Rasga. Futuca a casa, derrama vinho, incendeia vida. Debruça-se na janela. Estende-se à rua. Depois de feito, pronto se enrijece, envaidece, some. Barro vermelho de espinha-homem. Se mergulhado, o texto força. Se acordado, ele sonha. Se endereçado, multiplica. Se delirante, o texto ama..
terça-feira, 6 de julho de 2010
Ao tempo deusa
Inversão generosa do tempo em mulher. Mulher devir de vento em crina.... em dançantes piruetas. Assinala outros modos.... modifica temporalidades. Quer crescer e desdobrar-se.... revirar-se.... espreguiçar-se.... Amorosamente: render-se! De renda em renda.... de passo a passo.... imprimir novos ritmos. Musicais compassos. Agenciada pelo vago, fortuita, inteira destina-se aos dissidentes. Conclama os revoltosos. Suscita os anormais. Exclama por toda parte que é chegada aurora rubra. Pode-se incidir sobre antigos regimes: torcê-los! Quebrá-los! Vingá-los! Seu convite - manso feito cosmo e lua – põe a andar e voar cavalgadas oníricas... Não está só. Uma deusa sempre aliança parceria em baile. Todos dançam. Todos querem. Todos desejam. Não se abandonam aos fascistas e despóticos reinados: recusam subjetividades manufaturadas. .... mulheres-devires: vão de poupa em vento! Rompem barreiras rijas como gelo que se derrete. E como água escorrente forjam nascentes, olhos d’água até os lagos e rios mapas. Pode-se navegar por qualquer gota dessas. Os espaços comportam embarcações de todo porte.... de toda arte. Feito papel machê, meu barquinho segue prumo de passarinho-água.... nele cabe desejo cindido, vaporoso... mendigo. De qualquer forma que se segue, se arrebenta rios em cursos. E desses, esvaem-se outros.... outros tempos.... outras formas.... outras fontes. De que fonte nasce o desejo? Senão disso? Baile em vôo?
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Carta empoeirada
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Missiva pra pedir colo
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Resposta ao amor
A cada mísera letrinha, esvaneço de sentir. O sentimento não cabe no corpo, nem na alma. Por isso, entrecampos, sai a jorrar água dos olhos. Mas é água do mar que socorre-me a pequeniz. Em teu mar grande, palavras pequenas, escorregam pelos dedos, e, são belas. Perder-se é só um meio de encontrar-se. Tenhamos coragem.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Rosas brancas e camomila
Naqueles dias, andava rodopiando pensamentos venosos.
Corria em seu sangue, delírios de guerra.
Austera, preocupada, frágil que nem pétala ao vento.
Alcançavam-lhe a mente,
tantos tilintares,
que zuniam seus ares, pelas terras roxas de sol.
Não queria creditar em idéia que não era sua.
Mas a outra, a invadia.
Achou de contar o tempo.
Tempo de vida.
Como se soubesse.
Como se, os números, pudessem traduzir sonhos.
Não, não podem.
Quis sair dali e vaguear... mas o carnaval já havia passado e, a semana, era santa.
Viu-se tão tordoada,
que bradou pedir socorro praqueles que iam ao longe,
seguindo aurora cotidiana.
Pobre. Ninguém a ouvia.
Pensou: já estou morta?
Foi quando, repente, indagando-se sobre o sentido da vida,
pelo avesso do avesso do avesso
resistiu.
E uma voz mansinha disse-lhe sem pressa:
Querida, faça um chá de rosas brancas e camomila.
sábado, 22 de maio de 2010
Segredo popular
Já dizia vovó, “nem tudo que reluz é ouro”.É como comprar gato por lebre, outros avisaram.Porém, curioso: onde ficou a rachadura?
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Alma-letra
Escrevo por necessidade.Necessidade de vivificar-me a letra.Pela letra contornoo mundo e os vazios(...) e os avessos.Não tem apelo poéticomais que rítmico.Necessidade musical.Alma-letraabsolutamente dispensávelpor isso mesmo necessária.
"REGIÃO DE RESPIRO"
Um fora se colocaem minhas dobras.Não há como pretender tudo.O escape disruptivolevanta poeiras e errâncias.Mas ainda é por onde respiro.Pelos poros.
terça-feira, 27 de abril de 2010
Ritornelo
Nele pode caber tanto rito?Torna ele o rito inesperado?Retorna o sempre diferentemente interrompido?E se a música alçar vôo?Quem poderá dizer que não tenho asas?
Habito
Habituei-me ao teu corpo.Vesti hábito austero tantas vezes. Religioso.Mas habitar em ti, transforma-me.
A cidade, o corpo e o carteiro
Carteiro mande entregar nas ruaspanfletos que incitem o corpo livre.Subverta os endereços da cidade.Espalhe a boa nova de um lugar de escritas viscerais.Um lugar em que as casas percam seus muros;em que os corpos sejam escritas dançantes.Que a cidade campo se torne;e que o campo produza cartas.Vem carteiro:podes vir a qualquer hora!Na rua estaremos em cirandae podes entregar-nos Neruda.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
quarta-feira, 31 de março de 2010
O tempo das coisas
Que tempo marca as passagens? Que passagens produzem visões? Que visões abrem novos caminhos? Por quais caminhos a alma se abre? Qual abertura provoca o pensar? Qual pensamento produz a vida?
Ponha sua alma na janela
Ponha sua alma na janela. Peça-a para voar entre-campos. Leia para ela os livros não visitados. Leva-a ao museu. Alimente-a. Musicalize-a. Mantenha-a livre tanto quanto possível. A alma não carece de gaiola. Ela carece de beleza.
quarta-feira, 24 de março de 2010
Reverberações
Da feitura da vida
A obra é puro exercício.
Labor diário de costurar
Fio a fio
Entreabertos
Para novas andanças.
Reverbera-se o verbo, sempre
Dele inscreve-se
Palavras aos fios
E destes,
Uma resistência acontece.
Segue
Que rupturas se dão em curso.
Detenha-te apenas
Salvos momentos
Quando vislumbrares surpresas.
Que viver não requer força nem hábito.
Viver é delicadeza e corte.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Gafanhoto
Aos amigos e estrangeiros
Àqueles que dizem
descontinuidades........
sejam bem-vindos.
Àqueles que trazem novidade
nas ventas,
entrem.
Àqueles que sabem sonhar
apesar do calor:
venham.
A casa é essa.
Quanto mais partida,
mais encontram-se multiplicidades.