terça-feira, 6 de julho de 2010

Ao tempo deusa

Inversão generosa do tempo em mulher. Mulher devir de vento em crina.... em dançantes piruetas. Assinala outros modos.... modifica temporalidades. Quer crescer e desdobrar-se.... revirar-se.... espreguiçar-se.... Amorosamente: render-se! De renda em renda.... de passo a passo.... imprimir novos ritmos. Musicais compassos. Agenciada pelo vago, fortuita, inteira destina-se aos dissidentes. Conclama os revoltosos. Suscita os anormais. Exclama por toda parte que é chegada aurora rubra. Pode-se incidir sobre antigos regimes: torcê-los! Quebrá-los! Vingá-los! Seu convite - manso feito cosmo e lua – põe a andar e voar cavalgadas oníricas... Não está só. Uma deusa sempre aliança parceria em baile. Todos dançam. Todos querem. Todos desejam. Não se abandonam aos fascistas e despóticos reinados: recusam subjetividades manufaturadas. .... mulheres-devires: vão de poupa em vento! Rompem barreiras rijas como gelo que se derrete. E como água escorrente forjam nascentes, olhos d’água até os lagos e rios mapas. Pode-se navegar por qualquer gota dessas. Os espaços comportam embarcações de todo porte.... de toda arte. Feito papel machê, meu barquinho segue prumo de passarinho-água.... nele cabe desejo cindido, vaporoso... mendigo. De qualquer forma que se segue, se arrebenta rios em cursos. E desses, esvaem-se outros.... outros tempos.... outras formas.... outras fontes. De que fonte nasce o desejo? Senão disso? Baile em vôo?

Um comentário:

  1. Clio, minha musa Carol,
    que coisa mais bonita e bem-vinda, querida!
    Tu és uma acalentadora brisa nessa aurora rubra!
    Te gosto tanto, minha cultivadora de sonhos!

    um grande beijo

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