domingo, 26 de setembro de 2010

Roland Barthes: “A ciência é grosseira, a vida é sutil, e é para corrigir essa distância que a literatura nos importa” (1977)

sábado, 18 de setembro de 2010

Alguém já se embrenhou no profundo da noite? Como animal rasteiro que deseja umidade da terra? Como ruído denso atravessando silêncio escuro? Como sangue jorrando de estrela cadente? A noite me encavernou. Se apropriou de meus dentes brancos e sorriso tímido. Turvou minha pele amarelada pelo tempo como livro velho. Desfez o cabelo penteado e preso acima do pescoço. Rangeu sombrancelha triste. Levou cores de doídos amores. Deixou-me mais só do que abandonada. Cruzou meus braços e pés cansados. Fez correr lágrima salgada de olhos doces e fechados. Botou-me a dançar extraviada, sons estranhos e insabores. Fiquei impressentindo profundo negro celeste. De repente virei luz.