quarta-feira, 2 de junho de 2010

Missiva pra pedir colo

Escrever o tempo é partido impossível.
Disse ela que a liberdade ofende. Mas acho que felicidade também.
Medo dos entremeios, nem a vida cabe de ditar.
Dos mudos que não cessam de falar
dos surdos que não param de ouvir calunias
da vida réstia que a tristeza congelou
estamos cheios do etecetera.
Fazer caber um pouco d'água no deserto
não era pra ofender tanto.
Mas uma reparou que amor nos olhos
marcam solos. Terra molhada de lagrima e chorinho menino.
Abandono de sereno não rega flor pequena e frágil.
Suas raízes podem ser mais fortes.
E se for só impressão?
E se a entre-flor for só ilusão?
E se aurora desfizer réstia de sol e naufragar-se no campo, de tanta luz?
Inda sim, abririam caminhos?
Tenho medo, confesso.
Minha costura de farrapos não sai toda vez de estilo.
Nem sei costurar....
Carta pra socorro das horinhas difíceis
é plantinha que nasce pequena esperando calor.
Hoje e tantos dias tenho medo.
Ele passa, mas devora.
Sei,
ninguém pode salvar-me.
Já esperei tantas vezes.
Nem é isso que quer meu desejo impune.
É só um pouquinho de colinho.